Ainda sobre ‘Green Book’

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A propósito de um artigo publicado pelo Expresso, vale a pena voltar a falar de Green Book, que este ano foi distinguido pela Academia na categoria de Melhor Filme. Vale a pena falar sobre o filme em si, mas, mais do que isso, vale a pena falar sobre o contexto em que a ação se desenrola. Sobre a importância de relembrar um passado muito recente, relembrar uma luta que na verdade continua longe do fim.

Em Green Book recuamos aos anos 60, nos Estados Unidos. Nesta altura, já alguns progressos formais haviam sido feitos no que diz respeito a tentativas de eliminar a segregação racial suportada pelas Leis de Jim Crow, como é o caso da decisão do caso Brown v. Board of Education (1954), que determinou o fim das divisões raciais em escolas públicas de todo o país. Uma decisão que gerou grande resistência nos estados do Sul.

Green Book relembra-nos que não podemos deixar cair temas tão importantes como a luta pela igualdade, contra o racismo, contra a xenofobia. Esta luta não é dos outros, num qualquer país distante, é uma luta de todos nós, todos os dias. Nos pequenos e nos grandes gestos. Para que nunca mais assistamos ao ressurgimento de objetos como este The Negro Motorist Green Book, que, como descreve o Expresso, “era pouco mais que um guia de viagem com uma lista de lugares seguros para pessoas negras frequentarem: hotéis e residenciais e pensões, cabeleireiros e barbeiros, estações de serviço e mecânicos, bares e restaurantes.” Vendiam-se 15 mil cópias todos os anos e só em 1967 viria, finalmente, a deixar de ser publicado.

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